A Paixão é Cega... e Burra!

A gente sempre ouve falar por aí que o Amor é cego. 

Mas, como falei em todos os textos sobre amor, ele não é egoísta, não é possessivo, não impede a felicidade do outro e a da gente mesma, ele escuta a voz da razão quando é necessário, sabe dizer não, enfim... O Amor é sábio e extremamente observador. 

A palavra paixão tem vários sentidos: 

*Movimento violento, impetuosos, do ser para o que ele deseja. *Atração muito viva que se sente por alguma coisa. 

*Objeto dessa afeição. Pré-disposição para ou contra. *Arrebatamento, cólera. 

*Afeição muito forte. 

Tirando o sentido religioso de paixão (que é a agonia e morte de Cristo e se escreve com P maiúsculo), quero mostrar o quanto é um sentimento instintivo, não racional do ser humano. 

Se uma pessoa gosta um pouco mais de algo ela se apaixona... A partir desta paixão (geralmente confundida com o amor, por ser muito forte) ela faz de tudo para obter o objeto de desejo (primeiro sentido). 

Quanto mais ela deseja sua “paixão” (terceiro sentido) mais ela se sente atraída por ela, de uma forma um tanto quanto egoísta (segundo sentido). 

Às vezes, como no futebol, o objeto da paixão é uma comunidade (torcida) o que leva a pessoa a ser apaixonadamente contra outras comunidades similares (quarto sentido). Isso serve para política, religião e tudo o que não se discute. 

Já os dois últimos sentidos se aplicam a todos os outros sentidos da mesma. 

Quando o objeto de paixão é uma pessoa, parece que o instinto faz toda a parte de atração por cheiro, químicas, fenormônios e o escambau que os cientistas explicam melhor que eu e, que, às vezes, traem o olhar, o coração, os valores, etc. 

Atavicamente (que vem dos tempos das cavernas, para quem não sabe), o homem mais forte ganha a competição para as mulheres e a mulher com maior probabilidade de procriação, ganha a mesma para os homens. 

É a lei da preservação da espécie... Se não houvesse o amor seria ela que dominaria as relações humanas. 

Infelizmente muitas pessoas se deixam dominar pela paixão na fase do namoro e se tornam egoístas e possessivas com relação ao parceiro. Por este motivo, muitas vezes o parceiro trai, pois a parceira não é a que ele procura e já deixou de ser objeto de paixão dele. Por sua vez, cega novamente pela paixão que a impede de progredir, pois não há amor naquela relação, ela faz de tudo para que o parceiro se mantenha junto a ela, o que leva a uma bola de neve gigantesca que muitas vezes termina em brigas homéricas ou até em morte, por ciúmes (a parte possessiva da paixão). 

A Paixão é fogo de palha e termina se não houver o Amor no meio prá tirar os excessos de egoísmo e possessividade. Por outro lado, o Amor necessita da paixão para começar a existir, a não ser em casos raríssimos que conheço, onde o amor aconteceu antes da paixão. 

Se o amor é sábio e observador, por nos deixar livres para caminhar em direção à felicidade, a paixão é cega e burra, por nos prender e nos manter parados num mesmo lugar sempre, precisando do amor para caminhar. 

Beijos apaixonados com amor 

Obrigada Ana Curty pelas sugestões de ontem (Medo de amar) e de hoje.