quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Chuva na janela

Olhando pela Janela, ela via a chuva cair... era uma chuva tranquila, sem relâmpagos ou trovões, mas era forte o suficiente para fazer levantar aquele cheiro de terra molhada que ela tanto amava.
Uma música suave tocava ao fundo e ela cantarolava junto com a dupla que cantava, mas sem sentir, pois estava mergulhada em seus devaneios.
Seu olhar estava fixo na rua e os eventuais carros e pessoas que passavam nem eram notados por ela.
Na realidade ela nem notava a rua, pois em seus devaneios a moça tinha sido transportada para um castelo medieval da Irlanda e nada existia em baixo daquela chuva a não ser um grande jardim florido criado em sua imaginação.
E era isso que ela via... a chuva, um grande jardim florido e, ao fundo, bem distante, o mar, como se aquele castelo tivesse sido construído no alto de uma colina.
Dez minutos se passaram, a música não tocava mais e tudo o que se ouvia eram os pingos na janela. Tudo que que se via era a moça na janela a olhar para algo que só ela via.
O telefone toca... lentamente a moça pisca uma vez, duas e se vira em direção a ele e atende. A conversa dura apenas um minuto. Durante este tempo a paisagem da janela volta ao normal, com carros passando devagar e pessoas, com seus guarda-chuvas abertos, correndo.
Aquele telefonema  a tira de seu torpor, mas assim que desliga o intruso, troca o CD que escutava por outro de música Irlandesa e volta para a janela, a chuva e seus encantamentos, até que algo a trague para a realidade novamente, ou pare de chover.
Hoje queria uma janela e muita chuva para me fazer sonhar como a moça da janela!

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