sexta-feira, 2 de março de 2012

O Anjo e a Princesa

Era uma vez uma princesa que vivia muito isolada em seu castelo, por opção própria. Cuidava de seu principado com esmero, mas, por conta de sua idade, não se transformara em rainha.

Mesmo sem ser rainha, tentava fazer o máximo por todos que a cercavam, fosse com uma palavra, fosse com um gesto, fosse com uma atitude. Mesmo assim, como qualquer pessoa, não conseguia agradar a todos e, muitas vezes, sentia-se ainda mais isolada, aí não por escolha.


Em seu castelo ela tentava divertir-se como podia, com sucesso ou não. Durante muitos anos visitou as ruas e lugares de seu principado. Acabou desistindo de sair com frequência, pois começou a cansar. 


Quando jovem, não parava quieta, preocupando seus pais e o reino. Tinha grandes turmas e, como tinha facilidade em fazer amigos, acabou por fazer alguns não muito bons, mas que ela acreditava serem ótimos. Se apaixonou com frequência e chegou a amar algumas vezes, mas nada deu certo e, talvez por conta de tudo isso, ela levava seu castelo para cada vez mais longe e isolado.


Sem deixar de se comunicar com os habitantes que cercavam seu castelo, preferia se comunicar com outras pessoas, que não a conhecessem de verdade, que não a vissem, pois poderia ser muito mais natural desta forma, muito mais verdadeira e não precisaria ter medo de falar, pensar ou agir da maneira que julgava ser mais correta... e, com isso, passou a usar a internet com muita frequência.


Nela fez ótimos amigos e conheceu alguns deles. Percebeu que o fato de ser ela mesma pela internet, os amigos que fez nela foram os mais verdadeiros que jamais teve... até a hora que conheceu um rapaz.


Seu nome era Anjo e morava num reino muito distante da princesa. Era muito mais novo que a Princesa, mas bastante maduro. 


Conheceram-se através de um protesto bem humorado contra uma empresa de jogos. Não tinham muito contato, mas passaram a ter, quase sem querer, por uma necessidade que aconteceu a ambos. Ele precisou da força dela e ela precisou do seu carinho.


Mesmo virtualmente, era suficiente o que um passava ao outro e, aos poucos, os dois mantinham sua vida, mas passaram a ter uma vida comum, com lutas comuns e uma linguagem que pertencia só a eles.


O carinho, vindo dele continuou, mesmo nos momentos de mal humor, e a força vindo dela também, mesmo em seus momentos de fraqueza. As palavras fluíam e a amizade fortaleceu, sem ao menos se verem. Ambos viam a beleza do outro em seus corações e as saudades pelas ausências forçadas pelos problemas eram enormes.


Assim como as saudades, as preocupações também eram grandes pelo bem estar do outro e de suas lutas... e não adiantava dizer para não se preocuparem, pois o tamanho do amor que esta amizade criou só crescia.


Hoje, a Princesa e o Anjo se amam como amigos verdadeiros que são. Ambos creem num Deus que surpreende, que faz o sol brilhar inédito para cada um deles. Ela se sente menos isolada e ele, mais forte, talvez. Acho que ambos sabem o valor da amizade que eles tem.


Eles continuam sem se conhecer, mas acho que se conhecem mais do que se estivessem morando no mesmo reino!

4 comentários:

  1. Mesmo depois de tantos anos passados, é impressionante notar que você continua a mesma, Ikki. Em todos os sentidos. Esse post deixou bem claro isso. Torço para que encontre carinho presencialmente ao seu redor, pois carinho digital, ainda que carinho, não tem o calor tão importante para o espírito da gente e que motiva o despertar diário. Cuide-se bem e seja feliz. Abraço, Ana.

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  2. Acho que vc, prá variar, não entendeu o texto Ana... A Ikki não existe há muito tempo. Tenho muito mais carinho presencial do que vc sequer imagina, mas fiz amigos virtuais excelentes, viu?

    Este é um texto, como tantos outros do meu blog, onde exprimo coisas suaves, otimistas e alegres.

    O Carinho virtual do anjo para a princesa é algo que acredito que vc desconheça totalmente. Ele motiva o despertar dela e ela, por sua vez, fortalece a alma dele. É uma amizade que vai além de qualquer toque, é uma amor que supera qualquer sexo sem fundamento. Ambos se completam de uma forma que um dia, se vierem a se conhecer, não será necessário nem o abraço ou o beijo.

    Sou muito feliz, obrigada, muito feliz mesmo! E sem os teus conselhos!

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    1. Não entendi por que me respondeu nesse tom ríspido. Digitei seu nome no Google (afinal, faz muitos anos desde o nosso último contato) e eu queria saber onde e como você estava. Minha mensagem foi de carinho, otimismo (pelo menos a intenção era essa...), pois era justamente dessa forma que você me recebia em São Paulo. O tempo passou, perdemos o contato e já vi que essa tentativa minha de aproximação não deu certo. Para mim, você sempre será a Ikki, amiga querida e parceira de Cai, fã de Cavaleiros e de Fushigi (Tamahomeeeee!). Não quis dar-lhe nenhum conselho, não. Foi apenas um pensamento positivo pela tua felicidade. Modificarei então o pensamento ao finalizar mais essa oportunidade de contato: que você continue sendo feliz. Foi um prazer ler seu blog e saber que você está bem. Até um dia, quem sabe.

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    2. Agora, que vc me alertou de quem era, tive que pensar 9 vezes e lembrar quem era a outra Ana do CAI, que não fosse a mãe de minha afilhada e lembrei de vc, Makoto. Ai, sim, pude reler com outros olhos e não ser tão crítica ao enxergar teu pensamento. A outra só me chamava de tonta e falava montes, sem nunca enxergar quem eu realmente era, mas vc não... ao contrário, éramos amigas.
      Quando vc começou dizendo que eu não tinha mudado, pensei ser a outra Ana e por isso me irritei e fui ríspida, pois por conta das atitudes dela, perdi contato com minha própria afilhada.
      No sentido da amizade não mudei mesmo... com ressalvas às pessoas que um dia me fizeram mal, ou que sinto que irão me fazer mal (foi este o motivo da rispidez)
      Me perdoe, por favor, Makoto... e espero que a gente se veja ou se fale em breve...

      Beijão,

      Cathy

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