quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ABIGAIL VALENTE

 Neste início de século os meios de comunicação têm se desenvolvido para atender melhor o desafio da globalização, imposta no final do século passado. Sendo assim, celulares, Internet, data shows, aparelhos fotográficos e de filmes e, mesmo a televisão, se modernizaram para este fim e passaram a ser linguagem comum do dia a dia do ser humano.
Mas, como toda regra tem sua exceção, há um grupo seleto de pessoas, com condições para adquirir essa “parafernália” moderna, e que resiste bravamente a ela, ou por bloqueio, ou por vontade. É o chamado “choque do futuro”.
Quando Abigail Valente* após longa luta entregou os pontos e adquiriu seu primeiro celular, deixou por um bom tempo em cima do criado mudo. Aí, ensinaram a ela como fazer para o essencial, ou seja, ligar o aparelho, fazer e receber chamadas, carregar e trocar as baterias. Ótimo!
Então Abigail começou a sair com seu celular na bolsa. Detalhe: DESLIGADO! Quando lembrava de ligá-lo, esquecia-o em casa. Uma vez levou o carregador de bateria e uma bateria reserva numa viagem, mas, para variar um pouco, esqueceu o aparelho em cima de sua mesa em São Paulo!
No início, quando tocava o celular, ela esperava que alguém da casa atendesse, por não saber fazê-lo e quando atendia, o que era raro, a vizinhança toda escutava a conversa de tão alto que ela falava, por achar que a pessoa do outro lado não a escutava. Ainda bem que nenhum segredo foi contado a ela e nem ela contou algum pelo celular naquela época!
Com o tempo, Abigail se acostumou com seu celular e hoje, após dois anos, sabe fazer o essencial, mas ainda não sabe mexer com a agenda de telefones do aparelho, levando a sua por escrito mesmo.
Nossa amiga trabalha em um escritório onde muita coisa é feita no computador! 
Computador... ah! o computador! Ela gosta.... bem longe dela!
Ainda bem que a secretária dela entende bem do assunto, pois ela quer realmente distância deste aparelho tão nefasto!Na verdade... ela até tem um computador em casa, com Internet e tudo!
Tem um e-mail próprio e quando ela lê as mensagens, encaminha as melhores para as pessoas mais chegadas. Quanto tempo seu marido passou ensinando-a a fazer isso, é que não se fala! O mais incrível é que recentemente ela ficou felicíssima, pois aprendeu, sozinha, como responder mensagens.
Quando foi a Curitiba em visita a seu filho, seu neto, de seis anos de idade chamou-a e disse:
- “Vovó, coloquei um jogo “facinho” no computador, que eu acho que até a senhora vai conseguir jogar”.
Ah! Sim! Jogar paciências e outros jogos, como Bridge, pelo computador, ela sabe. Desde que não tenham comandos complicados.
Ela tem uma câmera digital, também, que eu nunca a vi usar, preferindo, sistematicamente, usar a câmera tradicional, sem pilha!
Mas ela tem TV a cabo em sua casa e este meio de comunicação ela sabe usar, com dificuldades, mas sabe. Este recurso ainda é melhor que o DVD, que é ligado ao Home Theatre que ela ainda não aprendeu a usar... mas isto é realmente complicado! Tem que ler o Manual. Ai... os óculos nunca estão perto que se precisa deles. Então, deixa estar!
E assim Abigail Valente vive os tempos modernos, que não desconhece, mas que prefere, com toda simplicidade e alegria, manter distância, afinal tem sete filhos bem criados e quatorze netos saudáveis, com a graça de Deus e... sem modernidades!

* Personagem fictícia que engloba vários personagem reais.

Um comentário:

  1. Sou fã master da Abigail, talvez por esse motivo gosto tanto dessa sua história, soube passar no papel a simplicidade, a alegria e a diversão em viver sem modernidade, afinal como ela costuma dizer: "Não preciso me preocupar com isso, pois tenho quem se preocupe por mim..."
    Beijos A SECRETÁRIA!!!!

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