domingo, 9 de setembro de 2012

O conto do Infarto - Parte 2 - UTI

Depois que a Dra. Marcelle diagnosticou o infarto, ela me deu o tempo necessário para avisar familiares e vizinhos sobre o ocorrido, colocando-me em isolamento assim que tinha organizado a minha vida. Nas sala de emergência, onde fiquei isolada, comecei a tomar as primeiras medicações e tive vários picos de sono.Teve uma hora que acordei de um deles  e vi um médico na beira da minha cama, extremamente parecido com o Michel Teló, mas achei que estava delirando.

Por volta das 8 da noite (lembrem-se que que só tinha 2 maçãs e duas batatas cozidas no estômago por 4 dias), já menos nervosa e melhor medicada, comecei a me sentir bem, mas com uma fome descomunal. Não sentia mais medo de dores provocadas por gases.

Foi a hora em que fui transferida para a UTI, o lugar mais humano que existe num hospital, pelo menos pelo meu ponto de vista. De cara, dois técnicos de enfermagem maravilhosos me transferiram da cama onde estava para a que iria ficar com um carinho e uma atenção, me fazendo me sentir especial: O Cris e o Ulisses. Logo em seguida fui apresentada à terceira técnica, a Flávia e ao enfermeiro chefe, o Rodrigo. 

Todos me deram chances de fazer perguntas e todos me perguntaram muito, me dando chance de fazer com que eu me sentisse parte da família. Haviam outros pacientes, menos conscientes ou instruídos (termos técnicos utilizados na passagem de plantão, logo absorvidos por mim).

Quando se fala em UTI, parece que se conta o caminho infeliz de alguém que está partindo e não de alguém, como eu que está tendo uma nova chance de vida pela atenção dada pelo médico e sua equipe, tanto no apoio ao paciente, como na observação direta dos sinais vitais desta ou daquela pessoa, pronto para entrar em ação a qualquer minuto do dia ou da noite.

A Vida que nos é dada por esta equipe (e quando falo dela refiro-me às 4 equipes que conheci)
é a mais desinteressada possível, pois o paciente vem realmente em primeiríssimo lugar. Conhecê-lo interagir com ele (tipo passar a manteiga no pão dele, né Flávia), ou fabricar lacinhos de cabelo, né Cirene? Ou pentear o cabelo com a escova mínima da Unimed, né Carmem? ou contar piada de loira e portugues, né Kelly, ou zoar com os outro chamando-os de piolhos de pombas né Geovani?

Já os médicos são serios (as vezes não são),mas estão sempre atentos à necessidades dos que estão em volta... seja equipe, seja paciente, seja familiar.

Me senti respeitada pelos doutores Rodolfo, Dr. Santiago ( ou Mivleh Teló), Dr Leonardo, Dr Victor, de Sorocaba, por ter me ouvido e não permitido que se fizesse o cateterismo sem preparação adequada a quem tm alergia a Iodo,  Ao Dr. Tambélli, ao Dr. Tamita, pelo papo legal sobre viagens, e à Dra. Maria Tereza, que sentiu as minhas necessidades, me permitindo ir aguardar o exame no apartamento, me dando maior liberdade para meus escritos, bem como pra minhas ligações!

Agradeço a cada um dos membros das equipes presentes na UNIDADE de Tratamento intensivo. na figura de seus enfermeiro chefes ( Rodrigo, Gabriella, Fernanda Rosa, Kelly e Luana) e de seus competentes técnicos de enfermagens (Cris, Ulisses, Flávia, Nilza, Guto, Giovani e Carmem, Priscila e Cirene e Ana Paula.

Se tenho sentido que tudo vai dar completamente certo, com certeza é graças a vocês todos, queridos ANJOS DE DEUS, colocados em meu caminho, simplesmente por amar demais.

Tambem passei a amar vocês, viu?

Beijões.... amanhã se conseguir, conto os dois dias no quarto e o exame de cateterismo!

sábado, 8 de setembro de 2012

O conto do Infarto - Parte 1

"2 coisinhas antes de começar a escrever este texto: A Palavra é Infarto mesmo, segundo o Tio Google... 
A segunda é que as pessoas podem achar essa história de mau gosto, mas é real e está acontecendo comigo. Comentem se quiserem, mas não critiquem o meu modo de pensar... eu sobrevivi, por enquanto e quero me manter com o pesamento positivo até tudo isso acabar e eu receber alta do hospital! E depois disso também!"

Sexta feira passada, dia 31 de agosto, estava conversando com minha amiga Ana Curty pelo telefone, quando comecei a me sentir muito estranha. Sinceramente não tenho nem ideia do que houve, mas parecia que um caminhão estava passando por cima de mim. Tive vontade de gritar, mas pedi licença a ela, desliguei o celular e fui deitar.

Meus braços doíam muito e não conseguia respirar, além de peito, costas e estômago estarem como se eu estivesse sendo realmente acorrentada dentro de uma caixa de fósforo de tão esmagada que me sentia.

Depois de umas 3 horas, com muito custo, consegui me levantar e tomei um banho, que aliviou um bocado aquela sensação ruim, e voltei a deitar.

Sábado de manhã, a sensação voltou um pouco pior, pois arrotava e soltava puns homéricos, continuava sem respiração normal e peito costas e braços doíam como nunca. Fiquei 99 % do dia deitada, ou sentada no vaso, aguardando uma melhora que não acontecia e, por não ter conseguido achar ninguém que pudesse me levar ao Pronto atendimento da Unimed (na realidade por não ter forças de segurar o celular), passei o domingo assim, também!

Na segunda feira, achei forças não sei onde e fui ao PA mas , contrariando tudo o que estou passando agora, tive o azar de pegar um péssimo médico no plantão e acabei indo embora sem ser nem ao menos atendida, mas sendo bem recebida na ouvidoria do plano de saúde, que prontamente marcou um horário com um clínico muito bom e marcou um horário, também, com meu médico Gastro, o Dr. Murilo!

No primeiro médico, que se baseou no que estava relatando (1%, que eram os gases), me medicou com remédios para estômago e intestino. Mas nada adiantou. Esses gases passaram, mas não me alimentava mais por medo que os gases provocassem mais dor.

Em 4 dias comi duas maçãs e duas batatas cozidas.

Mesmo com a diminuição dos gases, que de fato aconteceram, continuava com dores e nem os banhos aliviavam mais. Como meu horário com o Dr Murilo era só as 16 h da quarta feira, decidi aguardar e passei uma terça terrível e uma manhã de quarta feira ainda pior, pois, pela primeira vez nestes dias, tive febre.

Assustei com o fato e decidi não aguardar o Dr Murilo e fui, as 13 h de volta ao hospital do convênio.

Bendita hora que a Dra. Marcelle me atendeu (por sinal, descobri depois que ela é irmã do Dr. Murilo). Ela é uma médica novinha (chuto que tenha no máximo 27 anos) e, ao contrário do médico anterior que me consultou, ela não se baseou no que eu contei e sim foi fazendo perguntas, pois de cara disse a ela que realmente não sabia o que eu tinha.

Me mandou fazer 4 coisas: um hemograma completo, um RX do Tórax, 2 inalações e um eletrocardiograma. Depois de receber o resultado disso tudo, ela ainda me mandou fazer mais um exame de sangue, das enzimas do coração. Antes de mandar fazer este último exame, ela foi muito sincera, como uma boa profissional que é, e me disse: "Dona Catherine, sua chapa e o hemograma mostram que a sra está com pneumonia. Se for só isso, eu a mandarei de volta para casa a a sra. fará o tratamento por lá. Mas confesso que estou preocupada, pois seu Eletro também deu uma pequena alteração. Então vou fazer mais um exame de sangue só para ter certeza."

Trinta e cinco minutos depois ela voltou e me disse com o olhar MUITO preocupado: "Dona Catherine... a senhora teve um infarto" Ao que eu respondi: Glória a Deus por estar viva!... aí ela sorriu e disse que meu coração era tão forte quanto minha fé (o infarto ocorrera num daqueles 5 dias, mas ninguém sabia qual... nem eu)...e começou a me explicar os procedimentos ao qual passaria, dos quais o primeiro seria minha internação na UTI.

Mas conto um pouco mais amanhã ou quando puder...

Beijos!